Como estruturar um modelo de negócios para empresas de Energia solar por assinatura?

Como estruturar um modelo de negócios para empresas de Energia solar por assinatura?

A crescente demanda por fontes de energia limpa e o avanço das tecnologias digitais têm impulsionado modelos de negócios inovadores no setor de energia. Em meio a essa transformação, o modelo de energia solar por assinatura, que integra a geração compartilhada e se baseia na locação de equipamentos, surge como uma alternativa promissora para atender residências, pequenas e médias empresas e instituições. Esse modelo permite reduzir a conta de luz e promover a sustentabilidade sem exigir altos investimentos ou a complexidade da instalação individual de sistemas fotovoltaicos.

Neste artigo, exploramos os principais elementos para estruturar uma empresa nesse segmento, desde a conformidade legal até a operacionalização e a governança. Além disso, apresentamos aspectos que esclarecem o funcionamento deste modelo de negócios para empreendedores do setor.

1. O que é a energia solar por assinatura?

As plataformas de streaming de vídeo e áudio, que oferecem a transmissão de conteúdo online via uma assinatura mensal ou anual, fazem parte da vida de milhões de brasileiros. Mas você já pensou em contratar energia dessa forma? O conceito define a energia solar por assinatura, um serviço que vem crescendo rapidamente no país. Essa alternativa utiliza a energia solar sem exigir a instalação completa de um sistema fotovoltaico, o que a torna atrativa para residências, pequenas e médias empresas e instituições, principalmente para quem não deseja realizar altos investimentos em um gerador fotovoltaico próprio.

Energia solar por assinatura

2. Conformidade Regulatória e Legislação

A base para qualquer empreendimento no setor de energia solar por assinatura é a conformidade com a legislação vigente. A Lei 14.300/2022 institui o marco legal da microgeração e minigeração distribuída, estabelecendo novas regras para a compensação de créditos nas faturas dos consumidores que geram sua própria energia. Atualmente, a regulamentação segue as disposições consolidadas pela REN 1.059/2023, que atualizou as regras anteriormente definidas na REN 482/2012, garantindo segurança jurídica e confiança para clientes e investidores. Importante ressaltar que o ambiente regulatório para a energia distribuída no Brasil está em constante evolução. As normativas mais recentes buscam equilibrar os incentivos à energia solar com a sustentabilidade do setor elétrico, e os empreendedores devem manter-se atualizados sobre novas regulamentações e períodos de transição que possam impactar os parâmetros de compensação.

3. Modelos organizacionais que permitem a geração compartilhada

A legislação de geração compartilhada possibilita que a energia solar por assinatura seja ofertada por meio de diferentes estruturas organizacionais, facilitando o acesso para consumidores que não desejam ou não podem investir em sistemas próprios. Entre os modelos previstos, destacam-se:

Consórcios: Grupos de consumidores ou empresas se unem para dividir custos, riscos e potencializar o poder de negociação com fornecedores. Entre as vantagens estão a facilidade de constituição e a flexibilidade operacional. Por outro lado, há limitações na captação de recursos e a responsabilidade é compartilhada.

Associações: Consumidores organizados por meio de contratos coletivos que facilitam a gestão dos créditos de energia e garantem condições vantajosas para os participantes, permitindo a adesão de diversas pessoas jurídicas sem a necessidade de criar uma nova entidade legal. As vantagens incluem a simplicidade administrativa e o baixo custo de operação, mas enfrentam restrições para atividades comerciais e limitações tributárias.

Cooperativas: Estruturas em que os consumidores se tornam cooperados, participando da gestão e distribuição dos créditos energéticos, promovendo maior transparência e equidade. Entre as vantagens estão o tratamento tributário diferenciado e a governança participativa. Entretanto, a constituição é mais complexa e há exigências regulatórias mais rigorosas.

Adicionalmente, com as recentes flexibilizações normativas, outras estruturas como holdings e SPEs (Sociedades de Propósito Específico) têm se mostrado opções viáveis para projetos de maior porte, ampliando as possibilidades de adesão inclusive por meio de formas associativas, como condomínios civis voluntários.

4. Como funciona a compensação de créditos

A essência da energia solar por assinatura reside na geração compartilhada. Uma única usina solar, estrategicamente instalada, atende a diversos consumidores. Utilizando o Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE), a energia gerada é injetada na rede elétrica e convertida em créditos, que são repassados aos assinantes, garantindo abatimento na conta de luz. A distribuição desses créditos deve seguir as diretrizes definidas pela ANEEL, considerando as atualizações normativas recentes, como a REN 1.059/2023, que pode ajustar os percentuais de compensação conforme o perfil do sistema. A distribuição desses créditos permite o acesso à energia limpa mesmo para quem não possui infraestrutura própria para a instalação de painéis solares.

5. Cuidados com os aspectos contratuais e operacionais

Contratos Transparentes e Sistemas de Cobrança
Para que o cliente usufrua dos créditos gerados, os contratos devem ser claros e padronizados, com a separação nítida entre o contrato de adesão ao sistema compartilhado e a fatura de consumo emitida pela distribuidora. Os documentos precisam conter cláusulas de reajuste alinhadas a índices que reflitam a realidade do setor, garantias mútuas para ambas as partes e procedimentos definidos para casos de inadimplência.

Operacionalização Digital
A gestão do serviço é realizada por meio de plataformas digitais avançadas, que permitem a adesão online e o acompanhamento do consumo e dos créditos energéticos. Essa automação traz mais agilidade, reduz custos operacionais e melhora a experiência do usuário. Além disso, a implementação de sistemas remotos para a administração das usinas solares e o monitoramento em tempo real é essencial para garantir eficiência e transparência. Com esses recursos, os gestores dos ativos podem acompanhar a geração de energia e os assinantes a economia obtida na fatura.

6. Atenção a governança e transparência regulatória

Um plano de governança eficaz deve integrar o planejamento estratégico às exigências regulatórias e aos desafios operacionais do setor. Isso inclui a implementação de mecanismos internos para monitorar a correta distribuição dos créditos de energia, evitando distorções tarifárias e o uso indevido dos subsídios da micro e minigeração distribuída (MMGD). Além disso, manter canais de comunicação ativos com órgãos como a Aneel e o Tribunal de Contas da União é fundamental para assegurar a conformidade e a integridade das operações, reforçando a credibilidade do modelo de negócios perante o mercado.

7. Definição da segmentação de mercado

O serviço deve ser planejado para atender diferentes perfis de consumidores, desde residências até pequenas e médias empresas que buscam reduzir seus custos operacionais. Essa segmentação representa uma diretriz de viabilidade econômica, a qual pode ser influenciada por diversos fatores, tais como:

  • Tarifas locais praticadas pelas distribuidoras;
  • Níveis de irradiação solar da região;
  • Custos operacionais do empreendimento;
  • Escala do projeto.

Na comunicação do negócio, é fundamental destacar os benefícios de uma energia limpa e a redução imediata na conta de luz. Em algumas regiões e dependendo das condições locais, a economia pode variar entre 10% e 30%, com alguns casos excepcionais ultrapassando esse intervalo.

8. Como estruturar um Modelo de negócios para energia solar por assinatura?

Existem diferentes abordagens para estruturar um modelo de negócio para empresas de energia solar por assinatura, cada uma com características que podem impactar a viabilidade e o sucesso da operação. Para garantir um crescimento sustentável e competitivo, é essencial considerar os seguintes aspectos:

Parcerias e Rede de Contatos
Uma empresa de energia solar por assinatura pode construir uma rede de parceiros que inclui fabricantes de painéis e sistemas, empresas de instalação, instituições financeiras, distribuidoras de energia (para parcerias técnicas), consultorias especializadas em regulação energética e investidores institucionais focados em projetos de energia limpa. Essas parcerias são fundamentais para garantir a qualidade do serviço e possibilitar condições de financiamento atrativas.

Atividades e Operações
As atividades essenciais vão além da simples instalação e operação das usinas solares, englobando a integração de plataformas digitais para gerenciar a adesão dos clientes, monitorar o consumo e distribuir os créditos energéticos. Também incluem os tipos de manutenção preventiva e preditiva das instalações, a gestão regulatória contínua, que possibilita ajustes estratégicos, com serviços interativos que permitem aos assinantes visualizar, em tempo real, a energia gerada, o consumo compensado e a economia ao longo do contrato.

Propostas de Valor e Comunicação Clara
A proposta de valor deve ir além da simples “energia solar sem instalação”. É necessário comunicar os benefícios financeiros, como a redução imediata na conta de luz, e os impactos ambientais positivos, como a diminuição da pegada de carbono. Histórias reais de clientes que transformaram sua imagem no mercado e atingiram economias significativas reforçam os pilares ESG (Environmental, Social, Governance).

Relacionamento com Clientes
O relacionamento com os clientes deve ser pensado como uma jornada contínua de engajamento e feedback. Sendo crucial o uso de um CRM centralizado junto a canais digitais, aplicativos, websites interativos e redes sociais para oferecer suporte personalizado, atualizações sobre a economia gerada e programas de indicação pode fortalecer a confiança e criar uma comunidade ativa em torno do serviço.

Garantia de Receita e Cuidado com a Estrutura de Custos
As receitas podem ser diversificadas, não se limitando às assinaturas mensais, mas também incorporando serviços complementares, como monitoramento da operação e geração de energia, consultoria para eficiência energética e elaboração de relatórios ESG. Planejar cuidadosamente a estrutura de custos, otimizando os investimentos em tecnologia e parcerias, é fundamental para garantir um retorno atrativo.

9. Quais são os principais benefícios dessa estruturação?

Estruturar um modelo de negócios para uma empresa de energia solar por assinatura traz uma série de benefícios estratégicos e operacionais. Primeiramente, permite ampliar o acesso à energia renovável sem que os consumidores precisem arcar com altos investimentos em infraestrutura própria. Isso viabiliza uma economia imediata na conta de luz e democratiza o uso da energia limpa. Além disso, essa estruturação fortalece a competitividade do negócio com fonte de receita recorrente e ao integrar tecnologias digitais para gestão e monitoramento, otimizando a operação e melhorando a experiência do cliente. A transparência regulatória e a conformidade legal também garantem maior segurança jurídica, reduzindo riscos e fortalecendo a credibilidade da empresa perante investidores e consumidores.

10. Saiba como a GDASH Solar pode ajudar empresas de energia por assinatura!

Na GDASH Solar, oferecemos soluções completas para a gestão de energia por assinatura. ajudando empresas na integração de tecnologias avançadas, gestão financeira, otimização das operações e no relacionamento com seus clientes, garantindo eficiência, sustentabilidade e lucratividade.

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