Sistema agrovoltaico: como tornar esse modelo de negócio sustentável mais lucrativo?

Descubra como unir a força do agronegócio com o poder da energia solar

O Brasil testemunha uma união poderosa entre dois de seus grandes motores econômicos: o agronegócio e a energia solar. Em 2024, o setor solar brasileiro atingiu marcos históricos. Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), a capacidade instalada total ultrapassou 52 GW, representando mais de 21% da matriz elétrica nacional. Esse avanço foi impulsionado por investimentos que superaram R$ 54,9 bilhões apenas em 2024, um crescimento de 30% em relação ao ano anterior.

Dentro desse cenário, o produtor rural emergiu como um protagonista. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e da ABSOLAR de 2024 mostram que os consumidores rurais já respondem por quase 15% da potência instalada em geração distribuída (GD), com mais de 3,6 GW distribuídos em cerca de 197 mil conexões pelo campo. Esse movimento vai muito além da simples busca por redução de custos; representa uma transição estratégica para a autonomia energética e a resiliência operacional.

Nesse contexto surge o conceito de sistema agrovoltaico, uma inovação que propõe o uso duplo e sinérgico da terra. Em vez de apenas instalar painéis para alimentar sistemas de irrigação ou refrigeração, o modelo integra a geração de energia à própria atividade agrícola, na mesma área. A energia solar pode, de fato, ir muito além, transformando a propriedade rural em um ecossistema mais produtivo, sustentável e, principalmente, mais lucrativo.

Quais são as formas de combinar a agricultura e a energia fotovoltaica?

A combinação entre agricultura e energia solar, conhecida como sistema agrovoltaico, tem ganhado espaço no Brasil a partir de um conceito que, embora proposto em 1981, foi popularizado na Alemanha. O modelo básico consiste em instalar módulos fotovoltaicos em estruturas elevadas, gerando energia na parte superior, enquanto culturas são cultivadas na parte inferior.

A compatibilidade com as culturas, no entanto, é o fator mais crítico. Como nos explica a Cluster Manager da CYLSOLAR, a agrovoltaica “não é compatível com todos os cultivos e é particularmente mais benéfica com aqueles que precisam de mais sombra”. O sombreamento é vantajoso para culturas como hortaliças, ervas aromáticas, morango e café, que se beneficiam da proteção contra a radiação excessiva. Para determinar as melhores combinações, são necessários testes práticos no terreno.

Quais são os estudos e experimentos de modelo no Brasil?

Para aprofundar o entendimento sobre a viabilidade financeira e a produtividade em solo nacional, outros estudos são cruciais. Projetos como da parceria entre EPAMIG e CEMIG em Minas Gerais são fundamentais para avaliar o desempenho de sistemas agrovoltaicos e desenvolver modelos de negócio validados para as condições brasileiras.

Pesquisas realizadas na Alemanha, China, França, Estados Unidos, Holanda e Japão mostram que a integração de painéis solares à produção agrícola apresenta resultados muito promissores. Em Minas Gerais, o Brasil surge como mercado com elevado potencial para essa aplicação. O grande desafio, porém, é definir quais culturas podem ser cultivadas em consórcio com os sistemas fotovoltaicos e quais configurações de painéis garantem maior eficiência nas condições brasileiras.

Qual é a visão dos especialistas para o Agrovoltaico no contexto brasileiro?

Em uma conversa exclusiva no GDASH Cast, o especialista Carlos Andrioli, conhecido como “O Rei do Agro”, compartilhou uma visão prática sobre a implementação dos sistemas agrovoltaicos no Brasil, contrastando-a com a realidade europeia.

Andrioli explica que, enquanto na Alemanha o modelo já é consolidado, o Brasil possui particularidades que exigem atenção. Ele destacou os principais desafios para a integração com a agricultura:

  • Estruturas e Custos: O verão quase contínuo e os ventos mais fortes do Brasil demandam estruturas mais robustas e altas para permitir a passagem de maquinário, o que eleva o custo do projeto.
  • Abundância de Terras: Diferente da Europa, onde a escassez de terra impulsiona a otimização, a vasta extensão territorial das fazendas brasileiras faz com que o uso duplo do solo não seja, muitas vezes, a principal prioridade.

Por outro lado, Andrioli apontou um caminho que já é um sucesso no país: a integração com a pecuária. Ele relata que nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, é comum ver o gado (bois, ovelhas e cabras) pastando e se abrigando do sol sob os painéis solares. Essa sinergia, que une bem-estar animal e geração de energia, mostra uma aplicação prática e rentável do conceito em larga escala no Brasil.

Para uma análise ampla, assista à live completa:
De que modo o integrador solar e o produtor podem ganhar com isso?

O modelo agrovoltaico cria um ciclo virtuoso de ganhos. Para o produtor rural, a vantagem mais evidente é a criação de um duplo fluxo de receita na mesma propriedade: a renda da produção agrícola e a nova receita com a energia, seja pela redução de custos de até 95% na conta de luz ou pela geração de renda direta com a venda do excedente.

Além disso, os ganhos operacionais são imensos. A proteção contra granizo e sol excessivo diminui as perdas de safras, e a economia de água reduz custos. Financeiramente, um estudo de caso com agricultores familiares na Amazônia brasileira demonstrou a viabilidade do modelo, com Valor Presente Líquido (VPL) de mais de R$ 98 mil e Taxa Interna de Retorno (TIR) de 24,41%, com payback inferior a 8 anos.

Para o integrador solar, o sistema agrovoltaico oferece uma oportunidade de se destacar no mercado, transformando-o de um simples instalador em um consultor estratégico de alto valor agregado. Ele passará a oferecer “aumento da rentabilidade e resiliência da fazenda”, além de abrir portas para a venda de projetos de grande escala para produtores rurais de grande porte.

Como a GDASH pode ajudar o integrador solar e o produtor rural no dia a dia?

A gestão de um sistema tão complexo, especialmente nos diferentes modelos de negócio como usinas de investimento, cooperativas solares e consórcios, precisa de ferramentas que unam dados de produção e geração de energia com o controle de clientes e consumidores de forma centralizada.

A GDASH permite monitorar o desempenho, a geração e o consumo de energia, além de gerar relatórios, faturas de cobrança e realizar o rateio de créditos para os clientes, cooperados e investidores. Tudo de forma automática, permitindo uma operação mais integrada, transparente e eficiente.

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